Era uma vez uma casa sem esquadrias!
O estalo ecoou por toda a cozinha! Duas das paredes terminavam de forma arredondada e outras tantas começavam e terminavam sem um propósito geométrico, o quarto de semi-círculo foi em tempos absorvido, pelo agora fogão eléctrico, que jamais fora ou viria a ser iniciado para desempenhar as suas primárias funções. A dor trespassou com intensidade a alma, relegando para um plano minoritário, a sofreguidão sentida na maçã do rosto, muito em breve a ruborização chegaria, no entanto a "irruburizada" alma ficar-se-ia apenas pela dor, alheando-se de tudo o resto. O negro assentava agora que nem uma luva, no vazio pesadelo de uma dor já não sentida pelo corpo. Naquele dia percebeu-se o peso da mão do homem, nunca lhe haviam sentido o afável aconchego, mas naquele dia chegou ao coração, arrombando portas e entrando de rompante, sem preocupação de um pedido de licença para entrar. Não passou de um estalo! Ainda hoje se questiona o que fora feito para que o mesmo fosse merecido