Sou, Hoje Sou o Artista



Sim, e porque não hoje ser o artista que vagueia descalço pelas areias de uma vida, que ao pisar geme de dor pelo calor abrasador, refletido no mar imenso dessa água turva e salgada despejo de uma qualquer refinaria colocada ali mesmo ao lado. O artista tenta a todo o custo encontrar nos transeuntes a forma de expressar a sua "arte". Atenta na forma discreta como o mais simples passear bem perto da ondulação desperta um impulso para a descoberta, quem foi, quem é o ser escondido na hipoderme do hospedeiro. Nem sempre foi fácil a descoberta, mas é sempre sincera da parte do artista, o reflexo pode nem sempre projetar essa mesma sinceridade. Quando o Sol padecer por uma partida sentida como um breve até amanhã, ele partirá para o abrigo, o seu abrigo, onde em repouso pensará em todas aquelas coisas que vira durante o dia e que á profundidade da alma chegaram. No silêncio repensa naquelas que serão as eternas questões, sim porque o que era eterno no passado é eterno no presente e será eterno no futuro. Caindo na calmaria de outros pensamentos levados como uma suave brisa que ao bater na face refresca todo o corpo, e deixa o corpo tombar num movimento pleno de arte como se de um bailado se tratasse, basta-lhe apenas um entrelaçado perfeito de juta para cobrir as acastanhadas tábuas por onde se podem ver as entranhas de um branco areiado, onde o peso e a gravidade acabam por vencer e ali mesmo irá permanecer até um novo amanhecer.


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