Notas desafinadas num dia de Sol

Ao sentar-me, reparo que por ali vagueiam, pernas desfalecidas, arrastadas numa cadência "assincopada", o centro de gravidade à muito que desceu para o nível da possível locomoção, o deambular torna-se o preâmbulo da meu atentar. Do outro lado, não sei se da colina se da rua, vislumbro um brasileiro tridente, das suas abauladas guitarras soltam-se pedaços de uma melodia, que viajou todo o atlântico para repousar nas exaladas moléculas de "ozônio". "O" Álvaro de Campos ao meu lado sentado, desafina os pensamentos,  e acompanha com o olhar o "escangalhado" turista Russo. Do alto dos seus aproximados 90 anos, reparo na senhora, que disputa a luta cerrada entre a compostura e a descompustura, imposta pela "muleta" que de um amarelado impõe o que parece um desconforto, no alvo branco da indumentária saída de um estendal de bairro, passado com a memória do carvão e o vapor do eléctrico ferro importado de uma China, já não distante.


Junta-se o ambulante vendedor de óculos, com a sua mercadoria contrafeita, por vezes rarefeita, passam os "doadores" de um moderno "Vigor" trajados com os bigodes que o senhor do "pacote" apresenta, então acompanhados pelo turista Russo, pelo "bronzeado" Álvaro de Campos e a senhora da "emuletada" indumentária, todos giram num infernal bailado de sentidos ao som das notas de um desafinado brasileiro tridente, nesta "nossa" Brasileira.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A amizade na terceira infância

O "trono"